Amazônia
Ipea: concentração de renda é muito maior na região Norte
As regiões Norte e Nordeste do País ainda possuem os maiores índices de pobreza e desigualdade social, de acordo com Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o presidente do Ipea, "há uma concentração de riqueza expressiva muito maior no Norte e, com isso, a desigualdade e a pobreza também são maiores. É necessário haver políticas redistributivas e não apenas distributivas, como acontece atualmente quando o governo do Estado arrecada imposto para a União, que repassa novamente ao Estado. É necessário tirar dos mais ricos para passar aos mais pobres".
Segundo o documento "Pobreza, desigualdade e políticas públicas" apresentado na semana passada, em São Paulo, apesar da possibilidade de se extinguir a pobreza extrema (até ¼ de salário mínimo per capita por mês) em 2016, a desigualdade social tenderá a aumentar.
O documento mostra que de 2003 a 2008, a queda média anual na taxa nacional de pobreza extrema foi de 2,1%. Já a média anual na taxa de pobreza absoluta (até meio salário mínimo per capita) obteve uma diminuição de 3,1%. Isso significa, de acordo com o presidente do Instituto, Marcio Pochmann, que se o País mantiver as políticas sociais atuais, a pobreza absoluta pode chegar a zero.
Porém, segundo o próprio Ipea, essa não é a mesma realidade da desigualdade social enfrentada no Brasil. "A pobreza é um fenômeno que pode ser enfrentado com o crescimento econômico e com medidas de transferência de renda. No caso da desigualdade, ela exige ações mais sofisticadas de redistribuição de renda e, assim, de políticas para reformular a área tributária e não apenas a inserção de programas sociais", explica Marcio Pochmann, presidente do instituto.
Pochmann aponta mais uma barreira para enfrentar a questão. Segundo ele, apesar de a desigualdade ter apresentado queda - a previsão é que ela passe de 54,4% em 2008 para 48,8% em 2016 - o número pode ser bem maior. "Quando questionadas sobre a sua renda, a população - na maioria das vezes - fala apenas sobre os seus salários e ignora outras fontes de renda, como o aluguel. Portanto, o número da desigualdade pode ser muito maior", explica.
(Fonte: Amazônia.org.br/15/01/2010.
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