Os estudos direcionados à realidade amazônica são maximizados com o Pacto Amazônico, considerando-se que os temas do Tratado refletem as necessidades mais imediatas da região, a exigir tratamento jurídico especializado: direito ecológico; direito agrário; direito indígena; direito minerário; direito da navegação (fluvial); direito do comércio exterior; e, direito comunitário. Dai a denominação direito amazônico. Interpretar e aplicar o direito de acordo com o contexto regional.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Fundiário

Governo vai regularizar 30 milhões de hectares na Amazônia Legal até 2010



Agência Brasil

O governo pretende regularizar, até julho de 2010, 103 mil áreas ocupadas irregularmente num total de 30 milhões de hectares. A projeção foi feita esta semana pelo coordenador geral do programa Terra Legal, Carlos Guedes de Guedes, em Belém (PA), durante a 4ª Reunião Ordinária do Grupo Executivo Intergovernamental para a Regularização Fundiária na Amazônia Legal (GEI). O programa deve chegar a 190 municípios da Amazônia Legal até julho do próximo ano.

"No conjunto destes municípios, essa área representa 50% do total de terras públicas federais que podem ser regularizadas na Amazônia Legal", afirmou.

A Amazônia Legal abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins e parte do estado do Maranhão.

Atualmente, ações do programa são desenvolvidas em 118 municípios da região, onde já foram cadastrados 4 milhões de hectares ocupados por imóveis não regularizados de até 15 módulos fiscais. Guedes destaca que a ampliação das ações terá como suporte a maior capacidade de trabalho, com reforço das equipes mobilizadas pelo Terra Legal.

O trabalho será qualificado com novos mecanismos, que ajudarão a identificar imóveis rurais passíveis de regularização. Isso será feito por meio da integração de cadastros de outros órgãos ao banco de dados do Terra Legal, como o da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e da Guia de Trânsito Animal (GTA) Eletrônica, do Ministério da Agricultura. A GTA, lançada no Pará no início de dezembro, exige o recadastramento georreferenciado da propriedade.

Outro processo que vai acelerar os trabalhos do Terra Legal é uma nova modalidade de contratação do georreferenciamento das posses cadastradas. O processo adota o sistema de registro de preços para a contratação dos serviços. "As empresas contratadas poderão atuar em qualquer ocupação identificada pelo Terra Legal, tornando mais ágil o trabalho de medição", explica Guedes. Antes, o trabalho era realizado por área previamente definida.

Outro dado importante, segundo o coordenador do Terra Legal, é que também deverão ser regularizadas, até julho de 2010, as áreas urbanas dos 170 municípios da região que têm terra pública federal matriculada em nome do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Isso vai ocorrer com a transferência para os municípios da titularidade dessas terras, para que eles possam regularizar a situação de seus ocupantes.

"Nosso desafio é, num prazo de até cinco anos, regularizar até 300 mil ocupações espalhados numa área de 64 milhões de hectares. E para um trabalho que começou há apenas seis meses, já estamos bastante adiantados", anuncia Guedes.

O Terra Legal já incorporou ao seu banco de dados informações dos Planos de Manejo Comunitário do Estado do Amazonas, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron). Os estados do Pará, Amazonas e de Rondônia concentram 80% da demanda de regularização fundiária em terras públicas federais.

1 Comments:

Blogger Daniel Salles said...

Boa noite,
Estou escrevendo um artigo jurídico sobre a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, cujo foco é uma análise econômica do direito com base na decisão do STF, e seus efeitos na realidade local. A idéia é fazer uma análise sobre a repercussão econômica da desocupação da reserva, mas a cada notícia que leio sobre o assunto me dou conta de que a situação é ainda mais complexa do que parece.

Comecei pelo acórdão, com o qual estou me familiarizando e buscando respostas no decorrer da pesquisa(são 652 páginas!), mas lendo algumas notícias percebi que não há consenso entre as etnias indígenas, que há prática de garimpo na região (tanto por índios como por não-índios), alguns índios justificam o garimpo como única alternativa à improdutividade da terra, etc.

Bom, meu foco neste artigo é a repercussão econômica da decisão, por isso o interesse em tais temas. Vi no blog que você está se propondo uma abordagem do direito de forma transdisciplinar e localizada sobre o problema - o que me faz crer que o tema sobre o qual estou escrevendo tem tudo a ver com sua abordagem.

Então, qual a sua opinião sobre a demarcação da reserva? Os índios conseguem se estabelecer sozinhos na terra? Conseguem se manter através da agricultura? Precisam de ajuda do Estado? E os 'não-índios', foram muito prejudicados? A decisão do STF tende a gerar riqueza ou pobreza para as pessoas da região?

Como estou escrevendo em Curitiba, fica difícil visualizar algumas coisas sem esse contato prático com a região, por isso suas opiniões sobre o tema com certeza ajudarão a agregar conteúdo e evitar possíveis distorções jurídicas sobre a realidade das práticas locais! Se puder, mande-me um e-mail contando como as coisas estão acontecendo por aí, e nós podemos trocar outros temas também: danieljpcsalles@hotmail.com

Fale-me um pouco de você também, é advogado(a)? Estudante? Eu faço mestrado em Direito Empresarial e cidadania, e neste momento estou escrevendo este artigo que relatei acima.

Fico no aguardo.
Boas Festas!
Cordialmente,
Daniel Salles

12:04 AM

 

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