Os estudos direcionados à realidade amazônica são maximizados com o Pacto Amazônico, considerando-se que os temas do Tratado refletem as necessidades mais imediatas da região, a exigir tratamento jurídico especializado: direito ecológico; direito agrário; direito indígena; direito minerário; direito da navegação (fluvial); direito do comércio exterior; e, direito comunitário. Dai a denominação direito amazônico. Interpretar e aplicar o direito de acordo com o contexto regional.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Agronegócio

AGRONEGÓCIO NA AMAZÔNIA - Especialistas debatem mercado e gestão.

Seminário está sendo realizado no auditório do Palácio da Cultura Nenê Macaggi.

(VANESSA LIMA)

Em uma realização do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o I Encontro de Agronegócios – Mercado e Gestão iniciou ontem, no Palácio da Cultura Nenê Macaggi.

Com o objetivo de ampliar as discussões sobre aspectos de mercado e gestão relacionados ao agronegócio brasileiro e roraimense, o evento se estenderá até sábado, 09, visando alcançar o maior número de pessoas possíveis ligadas ao setor no Estado.

Para o evento foi elaborada uma vasta programação, onde profissionais de renome nacional e local estarão ministrando palestras realizadas em forma de painéis, sobre agroecologia, apicultura, floricultura, fruticultura e piscicultura.

Segundo o superintendente do Sebrae, Rodrigo Jucá, o intuito do evento é diferente dos que normalmente ocorrem quando se fala de produção. “O Sebrae já atua no agronegócio e buscamos disseminar ainda mais algo de total valor, que é a importância da gestão e do mercado que a cada dia que passa tende a ser mais competitivo, não só visando a parte técnica como sempre é abordada. Queremos trazer para nossos produtores outros meios com novas práticas de produção e, sem fugir da tecnologia, trazer inovações para que possamos cada vez mais ser destaque dentro do agronegócio”, disse.

Para o produtor José Ovídio, da Cooperativa Agropecuária de Agricultores e Agricultoras Familiares de Caroebe (Coopefarc), o evento é de total importância, pois há uma troca de conhecimentos.

“É legal o reconhecimento dessas instituições com todos nós pequenos produtores, pois em eventos com esse peso, podemos compartilhar o que sabemos e adquirir ainda mais informações para crescer, aliando a produção com a preservação”, afirmou.

Segundo o coordenador de Agronegócios do Sebrae, Rodrigo Rosa, as atividades propostas são de grande importância buscando debater aspectos relacionados à perspectiva de mercado e gerenciamento eficaz.

“Ampliaremos o debate com todos do segmento da produção, possibilitando que haja uma troca de experiências visando o fortalecimento do nosso mercado através de uma boa gestão, e só assim poderemos nos tornar um pólo agropecuário exportador”, comentou.

Haverá, além dos painéis, clínicas tecnológicas e no sábado serão feitas visitas técnicas, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agrícola (SMDA).

A expectativa, segundo Rodrigo Rosa, é que o evento consiga reunir os mais diversos profissionais, autoridades e demais interessados no crescimento do setor no Estado para que a partir de então, sejam implantadas diretrizes para projetos em andamento e para o desenvolvimento de novas propostas para a promoção dos potenciais do agronegócio.

Conforme Cláudio Farage, produtor orgânico da Hortivida, o conhecimento da agricultura orgânica é de total importância, visando o amplo mercado existente dentro da técnica.

“Já faz mais ou menos 4 anos que a agricultura orgânica se faz presente no Estado. É um meio de produção que tem muito a crescer e que tem um mercado vasto. As dificuldades são grandes, mas o que se precisa é que os produtores comerciais e até os consumidores, se conscientizem exigindo um produto mais limpo e que não agrida ao meio ambiente”, disse.

Ainda de acordo com Farage, o meio orgânico viabiliza o custo da produção, colabora com a preservação e ainda garante uma alimentação saudável na mesa dos consumidores. “Através de eventos como esse encontro a idéia pode ser disseminada, criando assim o interesse dos produtores convencionados para a questão”, frisou.

Na realização do evento, o Sebrae conta com a parceria do Governo de Roraima, Prefeitura Municipal de Boa Vista, Embrapa, Senar, Governo Federal, através da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Amazonvale, Trigenros, Idéias & Negócios, Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), Coex, Suframa, Amazon Peixes, Casa do Tambaqui, Ripa (Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio) e Grupo Campo.

Apicultura e Floricultura são os temas de hoje

Para dar início às programações do 2º dia do I Encontro de Agronegócios, o painel sobre Apicultura e Comercialização de mel abordará os temas agregação de valores em produtos apícolas, profissionalização da atividade apícola e a apresentação do estudo de mercado do Amazonas.

A atividade apícola tem um grande potencial de produção e de mercado para o Estado. Segundo o técnico de apicultura do Sebrae-RR, através do painel os apicultores poderão trabalhar de forma cada vez mais a desenvolver o trabalho.

“Os apicultores aprenderão a como agregar valores aos produtos produzidos através do mel, tendo em vista que os produtos são comercializados de forma in natura, ou seja, o mel ainda não é beneficiado de forma a agregar valor ao produto”, afirmou.

Ainda de acordo com o técnico, a apicultura em Roraima ainda está no “berçário”, se comparado com outros estados. “Para que haja um incremento da atividade é necessário que os apicultores passem pela profissionalização, no sentido de estar fazendo, produzindo e gerenciando o seu negócio para que possamos chegar ao desenvolvimento da apicultura local”, afirma.

Pela tarde, o painel referente à Floricultura – Produção e Mercado trará inovações na produção de flores e folhagens, assim como a produção in vitro de helicônia, um tipo de planta, serão apresentadas ainda as tendências no paisagismo.

De acordo com Itamira Soares, técnica responsável pelo projeto de flores e plantas ornamentais em Roraima, a reprodução em laboratórios de plantas é um mercado que só tende a crescer, daí a importância de trazer a questão para o conhecimento local.

“As plantas reproduzidas em laboratório são de alta qualidade, pois são plantas limpas, sem doenças, dá de se reproduzir em larga escala e com baixo custo. É um mercado que ainda não tem aqui no Estado e que só tem a dar certo. O Amazonas já desenvolve esse tipo de trabalho e os resultados são os mais positivos. Por isso queremos trazer essa inovação para o nosso Estado”, disse.

(Fonte: Jornal Folha de Boa Vista, de 07 de agosto de 2008).